Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2010

Um rabisco, um traço

Ao olharmos para uma parede branca, comparamo-la a uma folha de papel vazia. Podemos fechar os olhos num natural movimento. Mas, quando os abrimos novamente, a realidade não se altera. A folha é a folha. A parede continua a ser a parede. O sentimento nu e cru, quando a folha e a parede estão eternamente brancas, é a força de nos isolarmos num canto. Queremos então que, nem o piar do pássaro incomode a nossa solidão. A revolta gera-se, como um barco a naufragar. Aí apercebemo-nos que precisamos de quem nos ajude a erguer a cabeça, a voltarmos a viver, a preencher o espaço branco do suporte da nossa vida. Numa primeira reflexão tentamos compreender porque é que vivemos na solidão. Seguidamente questionamos a diferença entre a folha de papel vazia e a parede totalmente branca. Chegamos logo à conclusão que, a folha de papel limpa, sem qualquer rascunho, sem qualquer rabisco, sem qualquer linha traçada e a parede totalmente branca, sem uma falha de cor, sem um risco não-cuidado, é c