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A mostrar mensagens de fevereiro, 2014

Clímax

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      E quando pensamos que já ultrapassámos montanhas e cordilheiras, com um sopro de espanto ou de admiração, vislumbramos quase incessantemente e cegamente o infinito do oceano. Todavia, cruzamo-nos com as rochas. Esses temíveis contratempos... As pedras duras e cansadas dos anos não nos deixam passar. Estacam-nos de uma forma impulsiva e repulsora. A ausência de dó e piedade leva-nos a rebolar sem fé nem esperança para um vale sem fundo aparente. É ingrato tudo isto, não?! O nosso auge torna-se o nosso maior adversário.

Complexidade

     Estou numa fase em que a cor é fictícia. Tudo se agiganta à minha volta. Quero colorir tudo o que os meus olhos veem, todavia, tudo se apresenta sem risco nem rabisco visível. Será propositado? Tudo se torna demasiado complexo e confuso para o número de neurónios que possuo - ingenuidade, é aceitável que saiba isso. Sinto algo a transcender-me, não conseguindo tomar rédeas a esta incógnita. De forma alguma consigo controlar este súbito desconhecido; é como se tivesse nascido, crescido, aprendido, ter ganhado maturidade num outro mundo, deveras longínquo a este.      Encontro-me num beco sem saída perceptível. Por mais que tente escolher um caminho, deparo-me com um real que não me dá opções possíveis. Uma realidade irreal, não me é claro. Todos os percursos parecem esconder-se a olhos vistos. Neste instante, a escuridão ganha força. Fico à espera de um abanão, senão entro em rotura. Será esta a altura da vida, que toda a gente fala, em que nos é imperativo ver com a nossa mág

Desamparo

8:42 - Acordo a chorar. Com um sopro de angústia ou desilusão todos os meus sentidos se converteram num só ponto: a noite. As voltas na cama, os pensamentos ruins, os barulhos dos meus neurónios crepitando de sobressalto, os tremores de dor, o corpo despojado de qualquer ânimo. Envolvo-me subitamente entre os lençóis, são eles o meu conforto neste momento - o único. Quero voltar a dormir para não pensar. Quero voltar a embarcar na maré do sonho e não do pesadelo real. Quero um querer que se quer sem outro querer possível. Quero! Dorme, adormece, pensa em dormir, fecha os olhos com mais força. Não consigo, quanto mais quero, menos consigo ter. Tento acalmar todo o sangue galopante que bombeia o meu desalentado ventrículo para o resto das minhas veias e artérias. Aquece-me, coração. Aquece-me, por favor. As minhas mãos manuseiam e apertam com mais força os lençóis , eles torneiam-me o corpo de modo a não deixar resquícios de ar impuro. A dor permanece, no entanto, o calor vai fazendo a