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A mostrar mensagens de fevereiro, 2011

Mais um devaneio

Há cerca de sete minutos atrás estava desanimada. Não se questionem já o porquê de estar assim, pois nunca obterão uma resposta válida de mim. Estava na rua a apanhar sol. Soube-me bem. Recordei as tardes de verão. O sol incidia-me sobre a tez e a preguiça era a rainha do meu reino. Levantei-me apressadamente. Parecia um foguete! Ele soluçava de grande. Sem linearidade, à sua maneira. Aquela criança dá-me cabo do coração! Aquele joelho já sofreu tantas arranhadelas que esta… foi só mais uma. Voltei para o meu recanto ensolarado. O meu cérebro conduziu o meu pensamento, novamente, para o verão. Não é que tenha saudades dele, mas é a ligação que a minha mente faz, não consigo controlar. Aqui iniciaram-se os sete minutos mais confusos do meu dia. Bloqueei. Não sei como consegui esta proeza mas, de facto, aconteceu. O meu ego atingiu valores nunca antes vistos, o meu alento está em escala negativa, a minha inteligência, o meu estado de espírito ficou atrapalhado. Estava num vazio imens

Precipício

            Eu não sou egocêntrica . (Que afirmação forte!) Não o sou. Começo (quase) sempre os meus textos com o verbo na primeira pessoa. Não o faço propositadamente, mas é que não tenho outra maneira de os iniciar. Ao princípio as palavras estão perras, precisam de algo que as desengate para elas fluírem. Já dei por mim na maré vácua dos sonhos. A imaginar um próximo texto. Mas não passa daí. (Imaginação) Posso ter 'milhentas' ideias a vaguearem-me como um mendigo na mente, mas nenhuma chega a ser concretizada. Por mais que sinta necessidade de escrever sobre um determinado assunto que me inquieta, quando chega o momento da verdade… nada sai. Fico paralisada à espera que a primeira palavra me surja. Vou ser sincera, de todas as vezes que planeei abordar determinado ponto que me perturba, nunca consolidei tal plano. Hoje, para não sair à regra, foi igual. Pareço o afamado Lobo Antunes. Escrevo aquilo que me vier à cabeça na altura. Tenho uma má articulação de ideias pelos

Oh amável noite escura! Oh fascinante fado irracional!

Estou num jardim de lágrimas secas e invisíveis. É controverso. Esperava-se que estivesse neste recanto cheio de cor ou a rir ou com os olhos fechados deitada na relva fina e macia a sonhar, mas não. As cores alegres transformaram-se em cores negras, escuras, frias, imóveis e intocáveis. Oh memórias da minha vida… Tenho medo de fechar os olhos. Tenho medo de me perder sem abraçar os que amo. Ai que singela criança, clama que me ama… Estou numa loucura que não consigo expressar. Tenho medo de gritar, adoro enternecidamente o silêncio. A minha voz faria eco e custaria-me ouvi-la pois estou surda desta música impossível. A melodia é fraca e inexpressiva. A respiração é ofegante? Ou é calma? Nesta demência é insuportável exprimir-me. Mais uma vez, esta obsessão pelo silêncio é notável. Quero partir, mas, ao mesmo tempo, quero ficar imóvel até não ouvir as unhas das minhas mãos cravarem a terra suja. Os meus sentidos declaram-se frágeis e pobres. Se me tocarem com um fio invisível eu desapa