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Inconsistência assertiva

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Mais uma noite de insónias. Mais uma noite em que os meus pensamentos impedem o meu corpo de dormir. Sobre assuntos demasiado pensados. Ou sobre sonhos que tenho nas minhas mãos por cumprir. Pergunto-me sobre quando terei em mim todos os sonhos que projeto... Navego em perguntas. Derivo na inconsistência da minha alma. Assertiva, não obstante. Quero partir para um lugar. Seja ele qual for. Para me encontrar. Para me sentir verdadeiramente eu. Qual é a meta? Qual é linha final de toda a minha existência? Qual o meu propósito? Eu. Ser. Um dia. Eu, ser. Vou continuar a olhar o pôr-do-sol como a melhor hora do dia. Para estabelecer paz comigo. Paz com a minha alma. Paz com o frenesim que criou raízes profundas no meu corpo. Desajeitado e sem crença. Questionar tudo só porque faz parte de quem sou. Até porque o sol se deita quando eu me sinto mais viva. Não tardará para revelar toda a verdade que a minha alma procura encontrar ser. Terei sentimentos apagados? Coleto imagens de tudo

Nutrir a alma

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Num ímpeto ergo-me do colchão amargurado, não pelo peso, sim pelas angústias que nele são depositadas sem licença. Faz poucos meses que tomei a dignidade de o sobressaltar, não que não tenha dignidade para me deitar em qualquer colchão, salvo seja esse qualquer colchão, mas porque infortunadamente carrega uma alma. Uma alma quase verdadeira quanto curiosa que está desperta para o mundo. Passam carros de hora a hora, nesta madrugada onde espreita a brisa de verão, intrometida por meados de primavera. Em silêncio contundente abeiro-me à janela do quarto. Corro a cortina, com padrão pueril e transparente de vida, abro a persina ruidosa, descerro a janela e acerco-me da rua. Não sei quanto tempo passa, só o suficiente para dar conta de cada luz a apagar-se do outro lado da estrada. Do vizinho de cima a dar sinais de vida humana na sua versão mais profana, tendo a sorte de não ser o aspirador a trabalhar. Salve-se o génesis da questão. Respiro o ar quente que circula na cale, ansiando

Espero-te no porto

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Maldito. Maldito seja este muro que se interpõe entre nós dois. Maldito tu. Tão tu e só tu, seu amaldiçoado. Por mais que teime em encurtar as nossas margens, redobra-se a força da corrente. O mar ancora-nos numa deriva ingrata. Mas também desafiadora, confesso. Cansas-me a todo o caminho, independentemente do rumo que ele tome. Deleitas-me com todo o carinho, e que saudoso é esse mimo infiel. Apesar de arderes de desejo, o teu barco torna-se cada vez mais protetor. Reforças-te de bom armamento, quase inultrapassável. Bom material, não te parece? Na minha ingenuidade até adivinho os teus motivos, mas não percamos tempo em navegações perigosas. Sobe, sobe a ânsia do teu abraço reconfortante. Desce, sim que desce o tenebroso medo de confronto. Molho-me de tentação. Refugio-me de provocação. Dá atenção aos trajetos incertos do meu olhar. É certo que, por mais que se atrevam, estão escaldados de efusão. Não me importo, pelo menos por agora. Temos claro e assente que o leme que

Atração de um olhar

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Cruza-se um beijo teu por dar com um olhar sedento dos meus lábios. O proibido do inconveniente e o fantástico do desconhecido. As trocas de coração cheio com líbido excitante. O teu corpo desconfortável com o meu em negação de vício de ti. Poderá haver algo mais eletrizante que a fatal atração de dois corpos? - Espero-te, um dia, numa cama perto de nós.

Cidadã do mundo

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Chegamos a um ponto da vida que interrogamos a rotina, com enfoque no nosso destino. Questionamos e perspetivamos o que nos espera. O que faremos depois de concluirmos o curso. O que nos imaginamos a trabalhar daqui a dez anos. Decaem as preocupações em torno do que vestimos amanhã ou, até, da cor que pintamos as unhas esta semana. Reserva-se lugar, com direito a guardanapos de pano e copos vistosos, para o questionamento do que será o nosso trajeto daqui em diante. É nestes ensejos, assombrosos e admiráveis, que somos soqueteados no estômago, apedrejados na consciência, aniquilados nos valores. Percebemos que, mais do que a consternação do batom durar doze horas seguidas sem precisar de ser retocado, há um mundo à nossa espera. Da nossa ação, da nossa vivacidade, da nossa criatividade, do nosso desejo de conquista. Para isso, há visões que nos mudam. Há experiências que nos despertam. Há corações, como o meu, que ambicionam dar. Dar muito. Sem ficar à espera de troco. Bem, só se

Passos para a felicidade

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O passar dos anos forneceu-me experiência. Com múltiplos percalços, realizações inacabadas, frustrações constantes. Recorrentemente feriu-me o espírito. No entanto, enriqueceu-me a alma. Rasgou-me golpes, mas sarou-me cicatrizes. Foram exatamente essas contusões que me possibilitaram desassossegos de júbilo. Abriram-me caminho para a ternurenta vida. Ensinaram-me tanto a agradecer a tudo o me sorri como a tudo o que me impede o clímax. Tudo isto me ensinou de verdade. Foi com todas as bondades e com todas as barreiras que curei lesões, descobri poções. Descobri desejos, encontrei paixões. Agradecendo a vida e retribuindo sorrisos e comunhões, reiventei-me. De maneira que montei uma estrutura totalmente eficaz, influenciadora de autorrealização e partilha de felicidade. Quereis a minha fórmula mágica? Aqui vai... Mas, atenção, expande o teu corpo à infinitude da vida! Não tentes ser mais forte do que aquilo que és. Não tentes ser mais sensível do que aquilo que és. Multiplicares-t

Os nossos sexos

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Os nossos sexos. Só nossos. Tão nossos. Que bom imaginá-los juntos. Unidos. Em eterna comunhão. De vontades. De desejos. De pecado. Aquele inferno bom de pensar. De atordoar. De suplicar. Rogo-te piedade. Tenho dor. Tenho prazer. Entro em transe. Em clímax. Em excitação. Plena. Surreal. Mágica.  O nossos sexos! Harmoniam-se sozinhos. Apaziguam-se em consonância. Aceitam-se amigavelmente. Devoram-se permanentemente. A carnificina do ensejo. A redenção à eternidade.  Os nossos sexos... O meu e o teu. O teu e o meu. Perfeição mútua. Salvação recíproca. Quero os nossos sexos! Agora! Imediamente! As minhas entranhas estão sedentas de ti. E do teu sexo. Do teu amor. Elas notam a tua ausência. O teu desaparecimento. O teu afastamento. Ainda não te estranham, mas pouco falta. Porque teimas em buscar mares tenebrosos? Sussura-me o coração que haverá intruso ao nosso fado... Fodes-me a alma. Consomes-me o corpo.