Amor de família

Querer sobreviver é sinal que ainda temos pensamento. Querer subir mais alto é mostrar que ainda somos alguém no Mundo. Querer chorar… as pessoas deixam. Querer berrar… as pessoas deixam. Querer viver… as pessoas deixam. Querer sobreviver à desgraça… as pessoas deixam. Querer gritar na escuridão… as pessoas deixam. Querer berrar no meio da rua… as pessoas deixam. Querer dizer algo ao Mundo… as pessoas deixam. Querer viver sozinhos… as pessoas deixam. Querer ser respeitado… as pessoas deixam. Querer ter o Mundo nas nossas mãos… as pessoas deixam. Querer ser amado… as pessoas não deixam. Porque será que quando se fala em amor as pessoas rejeitam esse tema? Quando se ama uma pessoa chega-se a uma janela e grita-se, como um louco, gane-se como um cão, chora como os bebés recém-nascidos, respira-se como um peixe. Geme-se como um bebé a pedir socorro. Quando se fica sem voz sussurra-se como um mudo. Dizer ao Mundo o quanto ele é o melhor para mim as pessoas acham que amor de família é grande mas sem muito interesse. Para mim é o meu interesse. Ele é tudo! Ele é querido! Ele é fabuloso! Ele é amigo! Ele é o melhor irmão que se pode ter! Ele é espantoso! Ele é brincalhão! Ele não vive na solidão! Ele vive comigo! Ele vive comigo! Ele vive comigo! Nada melhor que isso! Quando se ama uma pessoa é difícil esquecê-la! É impossível eu esquecê-lo. Estou em qualquer lado mas sempre a pensar nele! Quando se faz asneira pela primeira, segunda, terceira vez nunca é demais porque ao fim de um ou dois minutos abraçamo-lo e beijamo-lo porque é inaceitável ficarmos chateados. Sobretudo, quando o amamos, o vimos nascer, o pegarmos-lhe pela primeira vez, o abraçá-lo pela primeira vez, o “gosto de ti” que se diz a qualquer momento do dia, as risadas que se fazem, as asneiras que se fazem (qualquer tipo de asneira), o primeiro sorriso dele para mim! Tudo fica guardado no nosso coração se o amamos realmente. Em suma, é imperdoável esquecermo-nos destes momentos tão bons. Tudo é especial quando se assiste ao nascimento do nosso irmão pela primeira vez. Tudo é essencial quando há momentos bons e maus para mais tarde recordar e contar e recontar para nunca nos esquecermos que ele foi assim, que ele fez isto, que ele fez aquilo…
Aqueles sorrisos de papoila a desabrochar são oiro na minha alma. Aquelas asneiras que ele faz são prata no meu pensamento. Aqueles abraços e beijos profundos e sentimentalistas são bronze aqui dentro, em qualquer parte do corpo.

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