Carta à minha mãe II

Mãe, não me canso de te escrever.
Para ti, as palavras nunca serão suficientes. Muito menos encontrarão finitude. Incorro no erro de dizer que nenhuma palavra te preenche. Nenhum sorriso meu será suficiente para te retribuir. O meu coração conforta-se com o teu amor. E que amor tão poderoso...
Sábios são aqueles que dizem que amor de mãe não se encontra igual. E, efetivamente, não há. Nem haverá amor parecido a estas duas almas destinadas. Tua e minha, minha e tua. Creio convictamente que vivemos um destino único. Exclusivo. Arrelio-me por pensar em te perder. Mas, como te perco, se somos corações infinitos? Estremeço, só da ternura com que me contemplas. Egoísmo poético, verdade de facto.
Mãe. Meu poço de amizade. De felicidade plena. De esperança inigualável. Olhar que seduz tranquilidade. Encanta demónios. Prontifica anjos. Que missão bela transportaste à minha vida. Atiraste-me ao mundo. Impulsionaste a descoberta de mim. Assim, conquistaste o meu amor eterno... Estou-te grata até ao fim do mundo. E mesmo que ele não acabe, fazemos de nós duas o infinito. Enchemos o nosso orgulho de paixão pura. Carinho inacabável.
Acordamos orgulho mútuo? O meu coração diz-me que sim.
Mãe. Zanga-te comigo. Chateia-te comigo. Disparata comigo. Desejo isto, na tontice da noite. O certo é que, no fim, o teu abraço de perdão aconchega-me o espírito. Mesmo com olhos cansados, vida agitada, o teu sorriso devora a minha alma.
Mãe. Orgulha-te do meu tino, da minha loucura. Não me deixes fugir do teu fado. Que mais acordos podemos fazer? Só de amor eterno. Todavia, até esse está escrito nas estrelas.
Mãe, não me canso de te escrever, tal como não me canso de te amar. E que amor bondoso e estonteante nos foi dado...

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Consultar Carta à minha mãe I através de http://comunicadoraemapuros.blogspot.pt/2016/01/carta-minha-mae-i.html

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